Antes de Porto Alegre...
Correria total, atraso por causa de erros da Astratur e confusão na reserva dos hotéis (era pra ser 2 quartos no hotel Brasil Sul, mas um quarto foi no Master Express e outro no Master Perimetral). Viagem tranquila, mas antes aproveitamos pra testar a conexão wifi da sala de espera do aeroporto de Curitiba. Configuramos (na verdade o André) o fone bluetooth do Denis e através do wifi, nos registramos em uma máquina com Asterisk da GVT e ligamos pro celular do Denis, que estava conversando 2 metros a nossa frente. Perfeito, qualidade boa e funcionou, afinal.
Primeira noite...
Fomos em uma lanchonete perto do Cavanhas (o bar famoso de Porto Alegre) comer algo e o que era pra ser um lanche rápido antes de dormir, virou uma noitada inicial que deixou sequelas no dia seguinte. Sem contar o papo altamente broxante de meninas falando sobre o PT atrás da gente. Garotas engajadas e intelectuais é uma coisa, malas sem alça é outra...
Primeiro dia...
No primeiro dia foi tudo "aos poucos", todo mundo se aquecendo ainda, e acabei por acaso encontrando o Topeira (Lucio Correa) já na primeira palestra, sobre Asterisk. Acho que ele sabia que eu estaria com certeza lá, hehe. Resumão das palestras que lembro ter visto nesse dia:
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Como Implantar Telefonia IP usando Asterisk com o Gelson Dias. Introduçãozinha ao que se pode fazer com Asterisk e como ele funciona na prática. Ele botou um ramal SIP pra mostrar pro pessoal uma ligação rápida (apesar do teste ter ficado confuso, porque tava baixo o volume ou sei lá o quê). Na verdade saí na metade, tava chato e previsível. Mas foi uma palestra "ok".
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Da trilha de palestras sobre desktop eu assisti The future of web browser's security, do desenvolvedor KDE George Staikos. Ele fez uma comparação rápida sobre como cada browser atualmente implementa features de segurança em paralelo a usabilidade e a confiança que os usuários depositam nisso. Tirou sarro daqueles IE com trocentas barras de plugins, que ao invés de ajudarem só atrapalham e comentou sobre técnicas de phishing e como isso pode ser trabalhado peloas desenvolvedores em conjunto.
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The X Community - History and Directions do Keith Packard parecia bem promissora. O Keith se mostrou bastante acessível e com o seu mini-laptop Panasonic impressionantemente pequeno e potente, começou a contar sobre a história e os bastidores da X foundation e como ela foi formada (ou moldada, que seja). Conto dos tipos de problemas que tiveram até chegar ao que eram antes do fork e parece que sempre tiveram problemas politicos e comerciais no meio. O que eu não entendi direito foi: porque demorou tanto pra se encherem e criarem o Xorg? Mais historia de bastidores, pelo que pude entender, então sai mais cedo dela.
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Free Virtualization Technologies com o Enrique Verdes. O cara começou dizendo que a palestra seria realmente em espanhol, mas até aí tudo bem. O problema foi que alguém (André) disse pra ele falar devagar que não teria problema e ele deve ter ouvido, porque a palestra foi quase em slow motion... ele esticou o conceito atual de virtualização ao máximo, e ao invés de separar por categorias específicas, QEMU, bochs, wine e sei lá o que mais, foi tudo parar em "virtualização", o que na minha opinião até pode ser normal, mas o pessoal deve ter se confundido. Quando a gente achava que ele ia falar sobre Xen e algo mais punk... resolvemos sair da sala.
À noite fomos todos, aí sim, pro Cavanhas, comer boeings 737 (na verdade o nome era 373; muito bom, barato e enorme). Encontramos o pessoal de sempre dos eventos, ouvimos o Vaz contar de um incidente infeliz sobre o FISL e o Theo de Raadt do OpenBSD e rir muito com papos sem noção. O Staikos chegou mais tarde com o Helio e o Vaz se esforçou (nao precisou muito) pra fazer o cara entrar no clima ;-)
Astratur from hell...
Na quinta-feira as coisas começaram muito mal. Problemas com o hotel, correria demais pra sair de um e ir pro outro. A astratur é uma agência de viagens completamente horrível. Além de ter feito as reservas de forma errada, fez o favor de nos mudar de hotel no meio do evento praticamente. Tivemos que pagar coisas do próprio bolso ainda por cima. Péssimo atendimento e uma agência confusa, muito confusa. Que pena que mudaram a agência oficial do evento esse ano... como se já nao bastasse a mudança de local.
Ano que vem vai tudo por minha conta, nada de intermediários; mesmo que isso fique mais caro, pelo menos ficaremos livre deles.
Fomos na mesma quinta bem mais tarde pro evento. Chegamos às 11 e pouco, nem deu pra aproveitar a manhã. Descobrimos então uma churrascaria com buffet livre mais refrigerante, que em média dava sempre 13 reais por pessoa. Sempre dividíamos o total da conta, pois sempre bebiamos e comiamos praticamente a mesma coisa todos os dias seguintes. Otima relação custo/benefício! Pelo menos nao era uma comida horrível, prato feito e sujo, que vendiam num stand da pracinha de alimentação do FISL (com direito a ovo frito em cima de tampa de panela de feijão pra ficar "quentinho" - segundo o pessoal de lá - e pego com a mão sem luva pra montar o prato nao é algo que eu chamaria de higiênico).
Whatever, essas foram as palestras que vi naquela dia:
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First steps towards the next generation netfilter subsystem do Harald Welte. Vi parte dessa mais para esperar a palestra do Aaron, que viria em seguida. Não prestei muita atenção nela pra ser franco, mas ao iniciarem a sessão de perguntas, foi engraçado ele dar uma respostinha longa e educada sobre uma feature não implementada no netfilter, mas que no fundo foi um "eu não ligo pra isso e não vou perder tempo desenvolvendo". No fundo ele até tinha razão em não desperdiçar tempo em features que agradam somente 1% dos usuários, como o Coredump (José Junior) comentou do meu lado. Na verdade o "laforge" foi praticamente um ponto turístico vivo algum tempo depois, no churrasco que teve na sexta-feira, com notebook aberto e cheio de fios e cabos pra bootar linux no celular enquanto todos se divertiam (vale ver o blog dele sobre os resultados disso pelo menos).
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KDE4 and the Plasma Workspace com o Aaron Seigo do KDE. Ele começou com uma explicação de como era antigamente e como é hoje: o pensamento de como usar um ambiente desktop (uma aplicação e poucos arquivos de cada vez) e como ele de fato é hoje (um zoológico de aplicações e múltiplos arquivos sendo usados ao mesmo tempo), e como isso dificulta a usabilidade do desktop comum. Possíveis mudanças foram apresentadas de leve e ele mostrou também um exemplo dos ícones já com algo do Plasma. Os ícones faziam parte do ambiente, tendo ações embutidas neles de forma bem sinalizada (talvez alguém tenha o vídeo disso, mas parece bem interessante). A palestra foi muito bem humorada e light, além de parecer ter sido lotada.
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Linux a Bordo: construindo sistemas embarcados com Linux, dada pelo Marcelo Barros. Palestra com nível intermediário e bom, com vários detalhes de por onde andar e como começar a mexer com isso, mais pensando em pequenos controladores do que algo maior como o meu Jornada, infelizmente. Perguntei sobre ele conhecer algum emulador SuperHitachi e acho que depois dessa eu desisto: nunca existiu e nem vai existir um emulador SH pra mim. Bastante keywords e informações pra pesquisa posterior e o cara parecia conhecer o assunto (eu não o conhecia ainda de outros eventos), apesar do seu site ser horrível num primeiro momento quando visitei ele um tempo atrás.
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Future of Desktops: bridging latest research with usability com o Zack Rusin, também do KDE. Ele falou sobre usabilidade atualmente e mostrou novas idéias que vai implementar, ao mesmo tempo que insere um pouco de eye-candy, tentando não ser muito "colorido, que apita e gira" ao mesmo tempo. Falou um pouco sobre o Glucose (projeto novo e pessoal dele, que implemente uma arquitetura de aceleração usando Glitz) e fez todos rirem quando falou sobre motivações pra fazer algo também; quando ele tem uma idéia, vai e faz, e depois sem alguém perceber, entrega o projeto pra adoção e corre da culpa, como foi o caso do EXA pelo jeito heheh. Falou também do que ele está fazendo com a QGraphicsView da QT, e como será possível criar camadas de filtros em qualquer coisa. Se o hardware não suportar alguma feature gráfica específica, skip it! A deteccção de recursos é automágica e rápida, logo na inicialização, e isso permite que se rode maravilhas modernas do KDE 4 em máquinas antigas (os recursos básico no mínimo).
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Phonon: Levando uma nova experiência multimídia para o desenvolvimento KDE ou Como subverter a máquina de fazer ping, apresentada pelo Helio Chissini, um dos brasileiros no KDE e prataria antiga da casa. Ele explicou que tudo o que foi pensado sobre multimídia até hoje foi sobre um design feio e que esperava no máximo alguns "pings" e que as necessidades de hoje não se encaixariam nunca no modelo multimídia usado pelo KDE. Falou do plano de uma arquitetura multimídia desenhada do zero, pensando em abstração do serviço de
som, a escolha do servidor de som, que ficaria a cargo de terceiros e que o KDE vai prover a ligação direta e padronizada entre tudo; e nada mais que isso. Por enquanto nada de áudio profissional (ainda), e somente backends populares como Gstreamer e Xine. Teve uma pontinha de hint quando falou que talvez role um primeiro technical preview do KDE 4 em algum momento de outubro deste ano, provavelmente bugado. Claro. -
Atendimento eletrônico com Asterisk: Fazendo scripts de URA, do André de Souza, falando sobre como montar roteiros de atendimento automático no Asterisk, um conjunto de softwares pra montagem de PBXs modernos, com o qual trabalho atualmente e estudo quando tenho tempo. Ele mostrou como criar conexões de várias formas no Asterisk, via Manager API e claro, via AGIs. Mostrou exemplos simples de scripts AGI para URAs, fazendo atendimentos e até queries em banco de dados em um AGI Python muito legal pra retornar saldo de créditos VoIP por exemplo. Interessante a palestra, mas não sei se o pessoal que não conhecia Asterisk ainda captou tudo, mas foi legal, porque depois emendamos um encontro rápido do AsteriskBrasil.org nas mesas perto da pracinha de alimentação. No link de vídeos e fotos no fim do post tem a gente lá, se conhecendo ao vivo depois de várias flame wars na lista de discussão.
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Oxygen e as especificações do Freedesktop.org do grande David Vignoni. O David eu achei que jamais aceitaria o convite pra vir ao Brasi, mas depois que soube que ele tem até descendentes daqui... o cara é quase brasileiro, extremamente gente boa e tava sempre com a gente durante o evento. Comentou sobre o visual infantil e colorido demais (childish, graças aos ícones Crystal) do KDE 3. Falou sobre a vantagem do SVG, que pra ele, é ter fonte e binários juntos, além de poder manipular o arquivo em runtime. Apresentou as propostas do Oxygen e do Kenneth e Nuno (que estão na empreitada), sobre a identidade do KDE4 e mostrou ícones, ícones e mais ícones... fotográficos praticamente (além de depois ter nos exibido um sketch de uma nova decoração de janela, que o autor do tema Baghira, bem famoso, está fazendo). A palestra foi dada em um pt_IT engraçado, e o conteúdo impressionou algumas pessoas, pelo que notei depois, conversando nos stands e após o evento, no IRC.
Durante à noite fomos sair (eu, André, Jonas e Denis) com o Boiko, o Acidx aka Leandro Pereira, e o Topeira (que estavam todos em outros hotéis), mas nao conseguimos achar um lugar livre. Ficamos por fim esperando uns 20 minutos fora do Cavanhas, antes de acharmos uma mesa pra todo mundo.
Dessa vez fomos no Cavanhas original, não no outro que era local "novo". Acho que era o original porque tinha um famoso "373" de metal na parede, onde geralmente fica o numero do predio hehe.
Foi massa, rimos demais contamos vários casos nerds, conversando sobre vários assuntos. Nos entupimos com lanches enormes e o pessoal fraco (Boiko e Jonas principalmente) nem conseguiu tocar nas batatas-fritas do prato extra deles. Em um certo momento chegou o KDHelio e a tal Paloma Costa... aparentemente ele queria se livrar dela... porque chegou, sentou, fez caras de desespero e saiu fora, alegando um "preciso fazer foobar" heheh. Normal, nós também não aguentamos muito tempo depois que ele foi embora. Tive que me aguentar muito pra nao rir e o máximo que conseguia fazer era virar meio costas pra não ouvir bobagens.
Preparativos para "O Um Churrasco"...
Sexta-feira, tensão total pro churrasco dos nerds. Altamente aguardado, como em todos os anos. Evento paralelo e sem ligaçõs com a organização do FISL, mas que sempre leva legiões pra se divertir até cansar. Foi muito engracado ver o pessoal do evento, durante o dia, desesperado porque ninguém queria ir no show do "B de Bobão Negão", ou B. Negão, como diziam. Aparentemente ninguém queria ver um rapper mal educado cantar meia dúzia de músicas só porque lançou uma ou outra música sob a Creative Commons. Dizem as más línguas que ele passava por partes do evento balançando um bolo de ingressos (que tentaram mais tarde ate dar de graça), mas pra ele já tava ótimo. Dizem também que pagaram uma grana alta pra ele ir pro FISL, mas ainda nao soube confirmar essa...
Nesse dia, pelo que me lembro, eu vi as seguintes palestras:
- WSL: Distribuições e Plataforma Embarcada, com um cara do EDOS project e com o Matsuoka da Mandriva. O primeiro falou sobre uma solução bem interessante, e que eu ainda não conhecia, pra análise independente de formato e distribuição, de instalabilidade e atualização de pacotes binários e suas milhões de inter-dependências. Eu entendi errado ou a solução do EDOS project consegue parsear o archive todo do Debian em quase 1 minuto (talvez minha audição pra número em inglês tenha me confundido). Comentou sobre as soluções atuais baseadas no Portage, RPM ou APT não ajudarem muito (nem mesmo o "piuparts", que perguntei depois pra ele, resolve parte do problema).
A parte da palestra para o Claudio foi muito boa e informativa. Achei que ele faria tudo de uma forma mais complexa, mas acabou sendo massa. Deu um apanhado geral em ports que ele andou envolvido (um deles incluia um PBX proprietário rodando em PowerPC). Ele terminou a útima palavra da última frase no último segundo do contador que estava em um notebook no chão, pra indicar o tempo decorrido (e que era feito na verdade com slides e temporização barata). Mostrou o que conseguiram já portando um device animal da Siemens com VoIP, suporte a Compact Flash e tudo o mais (Qtopia inclusive).
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Towards the first free software GSM phone, mais uma do Harald Welte. Técnicas bacanas de hacking e roteiro pra fuçar em embedded devices como telefones. Apresentou o seu projeto pessoal, o OpenEZX.org. Mostrou o hardware e software que originalmente rodava em um Motorola a780 dele e o que roda agora. Entre outras coisas: iptables, nmap, bash e Opie. O incrível foi saber depois, perguntando pessoalmente pra ele, que o projeto da Motorola com a Montavista usa a glibc crua, sem estripar nada! Claro que não há um motivo inteligente pra isso, mas vai saber. Perguntaram se ele tem contato com o time de desenvolvedores da motorola. Parece que sim, mas são todo do departamento jurídico (advogados, mostly).
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Xen 3: o estado da arte em virtualização, com o garoto Murillo Bernardes (que mexe na parte de devices de rede do Xen, pela IBM). Fez uma apresentação do funcionamento interno do Xen hoje (que, apesar de já ter visto à rodo em São Paulo numa palestra do Evaldo Gardenali, o Udk, foi bem legal). Alguns comentários gerais sobre funcionalidades antigas e novas e ports do Xen 2 pra alguns BSDs. Infelizmente ele não soube me responder uma dúvida sobre relay de hardware na versao nova do Xen, que parece não estar mais funcional. Adeus testes com placas E1 no Xen 3, por enquanto.
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Resolvendo Quebra-Cabeças com Python, apresentada pelo Gustavo Niemeyer. Palestra excelente e bem apresentada (com fluxo bom e bem fácil de entender). Eu achei que seria chapada de tecnicidades sobre Python, mas não, foi tudo bem tranquilo e me surpreendeu. Uma coisa bem massa era que a palestra era seu proprio demo. Ela era toda feita em PyGame e quando o Niemeyer precisava demonstrar uma resolução de restrição (como por exemplo num jogo de xadrez), os slides faziam parte do código e era tudo "realtime", se é que me entendem. Fiquei curioso pra saber, tal como o Topeira, se rola usar isso em jogos de uma forma generalizada ou é pra um foco bem restrito? Como falado no fim da palestra, o pessoal do FISL poderia usar o módulo constraints.py dele pra arranjar automagicamente a grande de palestras sem conflitar assuntos!
O churrasco dos nerds...
A noite de sexta-feira entrou pra história. Foi muito, muito divertida, mas nem tão longa assim, a ponto de encher a paciência. Totalmente na medida certa. Fomos todos pro galpão da SERPRO após as penúltimas palestras do dia, apesar de eu e o Acidx termos chegado um pouquinho atrasados. O motorista do nosso táxi fez o favor de passar sobre uma daquelas tartarugas de trânsito feitas de cimento. Só que essa tinha quase 1 metro de altura, sei lá, era algo absurdamente enorme. Capaz de nem mesmo ser uma tartaruga daquelas, mas um pneu estourou e tivemos que fazer os 500 metros finais à pé.
Chegando lá perdemos uns minutos no checkin do churrasco, que tava sendo mantido pelo Smyows antes do Udk assumir com o supah dupah NEC dele. Ali ficamos junto com o Zack, Aaron, Matsuoka, David, Boiko, um brasileiro com camiseta do Google que eu gostaria de saber melhor quem era, o Salvador, Topeira e mais a galera que ia e vinha toda hora nas cadeiras. O Jonas encheu a cara pelo jeito que ele tava, e o Acidx aproveitou pra cochilar heheh.
Num certo momento trouxeram dois pratos enormes, gigantes mesmo, pro
Zack e Aaron, que não comem carne. Espigas de milho, tomates, pimentões,
pepino e cogumelões enormes. Fiquei atá com inveja da beleza do prato
(aparentemente cozido no vapor ou algo assim), mas preferi me arriscar
na fila pra pegar carne do churrasco. Depois a coisa toda foi ficando um
pouquinho monótona ali na mesa em que estavámos... nao parava de chegar
gente pro churrasco (na última vez que vi a lista de pagantes o número
estava perto de 270, e isso era um dia antes da festa), e começou a
ficar difícil arranjar alguma
carne. Bora comer pão com vinagrete e bater papo então, oras!
SVN trunk... o Truco gringo...
Enquanto o Aaron tentava sobreviver tomando caipirinhas, o Zack topou aprender a jogar truco com a gente, e pra coisa fluir mais legal, adaptamos alguns nomes do jogo. Quando era pra berrar "truco" no ouvido dos outros, gritavamos "svn trunk" e quando era pra pedir meia dúzia, berravamos moderamente um "commit". Alguns tapas na mesa abalaram a brincadeira do Harold Welte, que tentava bootar o Linux em um celular motorola ao nosso lado, no meio do churrasco. Derrubaram bebida na bolsa do notebook dele e pelo jeito ele nem prestou atenção: puxou a cadeira mais pro lado e voltou ao seu entretenimento pessoal, até ir conversar com os ex-conectivos que trabalharam com ele, eu acho.
Foi divertido demais. No fim da noite o Zack já tava até blefando e fazendo sinais indicando ter manilhas boas, e o Topeira nem tinha entendido as regras ainda. Rá! Agora a pouco o Zack mandou um e-mail falando que vai mesmo "levar a palavra" do truco lá pelas bandas dele. Viciou.
Mais tarde resolvemos ir embora e deixar o pessoal festeiro por lá. O Aaron saiu com o pessoal de Minas Gerais e foi pra algum pubzinho encher a cara e tocar violão (por aí tem até um video e foto dele completamente torto com um violão no colo pra provar). Só sei que no dia seguinte ele nem apareceu no FISL atá o período da tarde. Diz ele que ficou jogando Wesnoth no hotel, mas duvidamos fortemente disso, hehe.
Sábado de sol...
Último dia do FISL. Todo mundo cansado, stands vázios até umas 11 horas, mais ou menos. Parecia que ninguém havia dormido direito. Acabei vendo umas poucas palestras, e em geral, pela metade mesmo:
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Plenária Debian-BR, com o Felipe van de Wiel e o Otavio Salvador. Peguei essa após vários minutos depois do início da sessão de 2 horas e já parecia extremamente burocrática (plenaria? uh!) e lenta. Saí rapido. Entrei mais pra ver se teria encontro do pessoal do IRC ou das listas. A palestra parecia ser mais institucional (com temas como o br-cdd no meio), pra mostrar o Debian pras pessoas.
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GPLv3: Free Software Development and Adoption of GPLv3 in Latin America, da qual eu supostamente deveria fazer parte, junto com uns caras e o Gustavo Noronha, aka Kov. Começa que o Kov já não conseguiu ir pro FISL e eu boicotei essa de propósito (o Omar Kaminski até me cobrou depois na entrada pra palestra sobre SVG). A Fernanda (Weiden) me perguntou se eu queria participar do debate sobre GPLv3 e eu confirmei sempre que perguntado disso. Deixei claro que não queria participar de nada formal, mas no fim das contas botou meu nome como palestrante (!) sabendo que eu não queria isso. Achei que seria muito mais informal e aberto de verdade pras pessoas, nao "palestrinha". Não sei o que deu na palestra, se foi cancelada ou o quê, mas o que eu diria sobre o assunto vai ficar comigo até alguém querer saber e me perguntar diretamente.
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Active Block I/O Scheduling System, com o Giel de Nijs. É, o assunto parecia muito interessante mesmo (principalmente em casos embedded, pelo que entendi). O cara tinha problemas vocais graves, saímos eu, Boiko e Topeira, deixando o André e o Niemeyer lá ouvindo o senhor-batata-quente-na-boca-com-sotaque.
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SVG: Arte para Nerds e Código para Artistas, do Aurélio Heckert. Essa foi uma palestra mais light, sobre desenho vetorial e como SVG é/parece tranquilo de ser manipulado. Sugestões de aplicações e jogos web que poderiam usar SVG foram mostradas rapidamente (tetris! moonlander!). O David ficou mostrando a arte do KDE 4 no notebook pra gente enquanto isso...
Saímos após o fim do FISL pra ir até o Galpão Criolo, uma churrascaria bem massa e com preço até que em conta, IMHO. Foi bastante gente, por volta de umas 30 pessoas, entre um cara do Google que parecia um cristo, Randall Schwartz, Greg Stein, Zack e Aaron, Sulamita, Bani, Vaz, Topeira, David, Boiko, André e todo o pessoal de sempre, gente pra cacete. O Topeira se despediu antes de ir pro aeroporto, de volta ao Recife e fomos eu, Boiko, Sula, Zack, Aaron, Hector (companheiro da Sula, pelo que notei), André e o David. Welcome to the Shrek's Karaoke Dance Party! Fomos pro Strike 410 cantar um pouco.
Teve desde Robocop Gay (pontuação recorde da noite) até todos cantando Ultraje a Rigor e o Zack mais Aaron cantando New York New York com todo mundo! Foi muito bom. Aproveitamos bastante antes dos gringos voltarem pro hotel e passamos pra um boliche rápido ali mesmo na casa. Nos despedimos todos e sem sombra de dúvidas, fiquei fã de verdade do Zack Rusin. Como se não bastasse o cara ser um programador impressionante, ele mostrou ser um cara bem simpático ao vivo e que topava tudo, mesmo estando surrado por uma gripe.
O que sobrou pra falar desse FISL em 2006, enfim, foram algumas coisas:
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A estrutura do evento esse ano foi uma bosta em comparação com o ano passado e todos os outros anos quando o evento era na PUC. A sala das palestras era melhor, fora a escolha de pontos pra comer e as eventuais visitas de universitárias da PUC ao evento.
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O espaço pros grupos de usuários continua sendo mal aproveitado e pequeno.
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Ter uma franquia do Mr. Pretzels no evento foi um bônus legal, heheh
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A distância da FIERGS e todo o resto é grande demais. Faltou uma estrutura barata e mais organizada pra transporte. Um ônibus meia-boca de 10 reais só pra uma viagem de ida não serviu pra nada.
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Escolham um show mais legal do que B. Negão e as pessoas toparão ir.
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O nível das palestras parece que aumentou bastante, o que é bom. E fico satisfeito, já que ainda tive como ajudar na seleção. Se eu assisti palestras específicas demais e não vi a "big picture" eu não sei, mas gostei do nível.
De volta pra casa, domingo inteiro dormindo. Sono quase recuperado. Até 2007.
UPDATE 2: o coredump me linkou num post... perdi a virgindade do meu WordPress... mas só pra esclarecer: não que o nível das palestras esse ano tenha de fato aumentado muito. Acontece que eu peguei a grade de sessões, circulei as must-see, na minha opinião, e nem pensei nas outras palestras podres que ainda sobraram pra causar repulsa nos outros... pohha, não é que deu certo e nem me estressei? :-)