Escrito originalmente para o site MacMagazine em 22/02/2008. Postado pelo Rafael Fischmann, após eu ter dito que teria a oportunidade de fazer o texto abaixo e conseguir fotos e vídeos. Vídeos que à propósito foram bem elogiados e fez o pessoal babar. Foi a Danielle que gravou todos, enquanto eu mexia na máquina. A música do vídeo no final do post é surpresa, mas tem tudo a ver ;-)
Uma coisa é ler toda a página de especificações do produto e passar o olho em cada detalhezinho técnico; outra, é pegar e dar uma “olhada” no estilo brasileiro: botando a mão. O MacBook Air é muito fino — absurdamente fino (como todos já sabem) — mas o que chama mais a atenção, na minha opinião, é o seu peso.
Diminuição de espessura, largura e altura é algo esperado por qualquer um que acompanha tecnologia, afinal a miniaturização pode demorar… mas acontece. Agora, mudança radical no peso? Me assustei ao pegar o MacBook Air em uma Apple Store pela primeira vez. Sabe quando você vai pegar algo com uma força desproporcional e perde um pouco o controle por 1 ou 2 segundos? Foi assim.
Até o meu MacBook, que eu já considerava bem leve em comparação a notebooks populares, ficou parecendo um hipopótamo gigante. Definitivamente, a característica mais marcante do MacBook Air é seu peso, e não o seu tamanho. Ele é tão leve quanto um caderno, arrisco a dizer. A sensação de leveza é grande também não pelo peso real, mas pelo formato dele. Botar 1.36kg na sua mão é uma coisa bem diferente de espalhar os mesmos 1.36kg numa superfície tão fina e plana.
A jogada do MacBook Air ser mais fino na parte da frente é boa também, funciona como nos novos iPods de cantos bem arredondados. Ela tira aquela sensação de “caixa”, suaviza bastante o design e dá a impressão de ser mais compacto do que realmente é. Se você tá louco atrás de algo pequeno e absurdamente leve, ele é pra você — tá chamando o seu nome!
Contudo, acho que ainda vale a pena esperar uma geração 2 do produto. Ele tem algumas coisas que me incomodaram no design. Primeiro, aquelas baias toscas pra entrada de força e USB. Tudo bem, não tem jeito, ele é muito fino mesmo, mas elas ficam parecendo aquelas orelhas do laptop de 100 dólares que inventaram (o tal OLPC, One Laptop per Child), horríveis e pedindo pra serem quebradas.
Aquela saída frontal em cima dos notebooks Apple, pra ventilação, não existe no MacBook Air. Ela é tampada por uma película de borracha cinza escuro que não combina com nada naquela parte do notebook; não entendi porque botaram aquilo, ninguém ligaria por motivos históricos. A borda do display também tem uma espécie de ranhura, como se fosse uma tira de borracha contornando o display onde ele se conecta à parte de baixo. Meio tosco.
O touchpad é bem largo mesmo, do tamanho de um iPhone mais ou menos, com a diferença que o botão do pad é tão largo quanto ele, porém mais estreito, fino de ver, do que em um outro MacBook (Pro). Acho até que o termo “touchpad” não se aplica mais a essa parte dos notebooks, afinal temos mais gestures agora!
Algumas teclas novas que começaram a pipocar por aí em outros modelos também apareceram no teclado do MacBook Air, como teclas de funções do sistema e controles multimídia na parte superior. E, já que o assunto é o teclado, se ele fosse prateado como os MacBooks Pro, ele seria 100% bonito, porque o preto chama muita atenção e não parece combinar com o design atual do Air, mas… eu não sou especialista em design pra opinar tanto assim.
Além disso, comparar a iSight do MacBook Air com a câmera que se vê em qualquer outro notebook (de luxo ou não) é covardia: ela é de uma discreção que pode até passar despercebida. Um buraquinho no meio do display, perfeita, como câmeras em notebook devem ser. Ela é até um pouco menor do que a dos MacBooks, que é um quadrado preto bem visível.
Um item que pode trazer problemas depois de um tempo de uso é a proteção debaixo da máquina, aquela de borracha. Ela é tão fininha que logo logo seu MBA (não é o curso de especialização) estará todo arranhado embaixo.
Eu não compraria o MBA hoje, mesmo se tivesse a grana pra isso. Se você valoriza bastante o peso de uma máquina, então ele pode ser pra você, que faz parte de um nicho especial do mercado. Ele é mais leve que um daqueles sub-notebooks populares, como o Classmate PC da Intel, que em teoria é um notebook “de brinquedo” super leve. Não é por nada que ele é chamado de Air, certo? O motivo por trás do nome é perfeito.
É isso! Infelizmente tive que esperar vários dias pra Apple atualizar suas lojas com o MacBook Air pra poder ir lá dar uma olhada nele, mesmo já tendo sido entregue via correio pra alguns sortudos adiantados. Por conta disso, acabei ficando sem minha Time Capsule, que pretendia comprar e fazer um review também antes de voltar pro Brasil, mas… é a vida.