Ontem aconteceu o show do Bad Religion em Curitiba e agora já estou recuperado pra comentar como foi, mesmo com dor de cabeça ainda. Ao contrário da maioria dos posts, nesse vou usar tantos palavrões quanto falo no dia-a-dia, ou então eu acharia esse post boboca demais.
Pois lá eu cheguei mais ou menos às 19:30 e já pra entrar na fila, que até estava bem fraca. Na entrada do lugar tinha um coitado tentando fazer dinheiro vendendo faixas e fitinhas totalmente bixas do Bad Religion feitas com purpurina branca e com "pank rock" escrito. Como nem tudo é perfeito, a enorme e fantástica experiência punk do Curitiba Master Hall deu as caras na forma de dois seguranças filhos da puta que ficavam discutindo com várias pessoas no começo da fila. Por quê? Porque os dois imbecis que mal devem ter o ginásio completo fizeram todo mundo fazer fila única (encostada no muro da esquerda) pra entrar na casa, mas não satisfeitos com isso eles fizeram (sem mais nem menos, e sem avisar com calma) todo mundo correr e refazer a fila encostada no lado direito do muro. Puta merda... eu nunca vi isso. Indignação total e empurra-empurra generalizado sem motivo.
Quando consegui entrar na casa fui direto pra grade, na beira do palco, exatamente onde fiquei no show do NOFX. Depois que os roadies do Bad Religion foram pro palco eu percebi que aquele era realmente o melhor lugar pra ficar; bem debaixo do guitarrista, o Brian Baker, e do baixista Jay Bentley, que até me deu uma garrafa d'água por causa do calor após a segunda ou terceira música :-)
O lugar tava lotado, tinha gente saindo pelo ladrão naquela bosta abafada. Acho até que tinha mais pessoas do que no show do NOFX, ainda que o deles tenha sido muito mais massa de assistir e curtir na minha opinião. O vocalista, Greg Graffin, tentava toda hora animar a galera (e até fez as estúpidas e clássicas piadinhas anti-argentinos e chilenos, sei lá o porquê). Ele pode: o cara é um dos melhores cantores de punk rock que já existiram, formado em antropologia, mestre em geologia pela UCLA e PhD em biologia evolucionária por Cornell. Suas letras de músicas quase sempre são fantásticas. Ele inclusive foi o primeiro gringo que ouvi pronunciando "português" ao falar da nossa língua, e não "portuguese". Vai se foder.
O Bad Religion abriu o show com (a mesma música que iniciaram em Buenos Aires) American Jesus:
I feel sorry for the Earth's population
'Cuz so few live in the USA
At least the foreigners can copy our morality
They can visit but they cannot stay
Only precious few can garner the prosperity
It makes us walk with renewed confidence
A set list tava massa pra caralho, eu não faria alteração alguma. Tocaram uma música do álbum novo, gravado em estúdio pouco antes de virem pra esse show, a Heroes and Martyrs (vídeo de presente). Tocaram muitas clássicas e outras de álbuns recentes como 21st Century (Digital Boy) e a ótima The Defense, respectivamente.
No peace and no friends
We trace the mortal edge
To state the obvious
This world is perilous for us
No sense and no guide
Ain't it beautiful to be alive (yeah right)
I won't resign before the struggle ends
So I'll construct this sound defense
Das que empolgaram o pessoal teve Sorrow e Generator, cantadas inteiras por todo mundo:
Like a rock
Like a planet
Like a fucking atom bomb
I'll remain unperturbed by the joy and the madness
That I encounter everywhere I turn
Infelizmente não tocaram Punk Rock Song, a mais querida da noite. O pessoal chegou a pedir gritando ela por algumas vezes entre o bis e o fim do show, mas não rolou mesmo. Uma pena. Outra pena foi o Mr. Brett não ter vindo pro Brasil pra esses shows também. Bleh.
Não sei o que tem de errado comigo mas, assim como no show do NOFX, eu passei mal durante a parte final do show do Bad Religion ontem também. Tive que pedir pra pular a grade e sair um pouco pra respirar antes que passasse muito mal. Perdi umas 2 músicas, e depois voltei pra assistir as últimas 3, graças a um segurança gente boa (oh!) que me liberou. Como a casa tava lotadaça, eu fiquei bastante exprimido na grade junto com 2 garotas gostosas e gente fina que sabiam todas as letras de cabeça.
Acabei sendo estupidamente gentil e tentando proteger as duas de uns paus no cú mãos-no-chão que ficavam dando cotoveladas em quem estava na grade (mais especificamente nas costas delas e na minha cabeça e na de outro cara) tentando chegar mais perto do palco.
Pois é, não dá pra aguentar isso por muito tempo sem respirar normalmente. Teve outros caras passando mal e rolou até um retardado que caiu de cima da galera de cabeça em uma barra de ferro que sustenta a porra da grade que não parava de balançar. Saiu desmaiado e carregado pingando sangue. Eu fiquei no lucro, ainda bem, só com um corte na mão.
Mas tá beleza. Foi animal pra cacete o show do Bad Religion. Agora eu quero Social Distortion :-)