Pessoas que me amam dariam tudo o que já existiu e tudo o que haveria de ter valor pra eu poder te ver só mais um minuto. É uma pena os teus ossos não me ouvirem hoje. De repente bateu saudades.
Podeis chorar, ó estranhos,
e quantos homens mais sensíveis vivam:
morreu o cão do meu amigo,
o cão, delícias do menino,
que bem mais que seus olhos ele amava,
pois era mel e tanto o conhecia
quanto o filho que conhece o próprio pai
e de seu colo nunca se movia
mas saltitando em torno aqui e ali
somente a ele sempre latia.
Agora vai por via escura lá
de onde, dizem, ninguém voltou jamais.
Ah! malditas, vós, trevas más do Orco
que devorais as belas coisas todas:
um cão tão belo me roubastes.
Ah, que maldade! Ah, pobre cãozinho!
Por tua culpa os olhinhos dele estão
vermelhos e inchadinhos de chorar.