30 dias em new york: a embassy

13 de fevereiro de 2008

Hoje a Dani botou o nome dela na lista dos estudantes que estão concluindo o curso na Embassy CES (eu já havia feito isso na segunda-feira, porque sou foda!) e pensei em fazer anotações sobre a escola. Vai que alguém acha ela legal e topa vir pra cá. Eu "arrecomendio" :-)

O prédio da Embassy CES em NY fica num lugar bastante bom, pra não dizer perfeito. Fica na 7th Ave, alguns quarteirões do Madison Square Garden e 10 minutos à pé da Times Square. Tem 2 entradas pro metrô no quarteirão e acho que fica na região que eu suspeito ter o maior número de Guy & Gallard por kilômetro quadrado da ilha. O GG é uma espécie de lanchonete, mini-restaurante e cafeteria tudo em um. Dá pra ter um chocolate quente ou copo cheio de café por 1 dólar. Um sopa simplesmente maravilhosa de legumes (em copões massa) com fruta e pão por 3,50. Um paraíso pra quem tava atrás de algum lugar barato :-) e tem até uma baita drogaria em frente também. Se quisessemos num dia comer algo mais real e com gosto mais caseiro íamos na esquina em frente do Guy & Gallard e pegávamos comida por quilo. Me sentia no Brasil até. Enfim, localização muito boa.

Embassy CES NYC: lounge

O lugar é bem limpo e organizado, tem horário e lugar pra tudo (e eu gostei disso, o pessoal da administração da escola é tremendamente atencioso e preocupado com os alunos estrangeiros, e tem até ex-alunos que estagiam lá). Em 2 andares de escola você acha, até onde descobri, 3 laboratórios com computadores pra usar livremente e tem, claro, Wi-Fi grátis em qualquer lugar do prédio. Não sei como são todas as classes, mas a minha e a da Danielle tinham carteiras muito boas, com braços largos, não como aquelas "de faculdade". A minha classe tinha até um plus de ter só janelas altas e bonitas dando pra 7th Ave no sexto-andar, uhul! Como é de se esperar numa escola de idiomas, a barulheira é infernal. É quase como ruído branco, de tantas pessoas de tantos lugares do planeta tentando falar inglês (alguns não conseguindo, é claro). Eu diria até que 50% da escola é de asiáticos, 30% de brasileiros (em grande parte cariocas) e o resto é... bem, o resto do mundo.

As classes não podem ter mais do que 14 alunos, mas em todo o tempo que ficamos lá a minha não passou de 12. Houve uma combinação de novos alunos certa vez que fez com que a minha classe tivesse 6 engenheiros, um de cada país diferente. A rotatividade é alta, toda semana tem gente nova chegando e gente antiga saindo. O curso é cíclico, então é possível ficar na escola 1 ano e mudar de turma a cada mês, se você tiver a manha, subindo os níveis do curso. Meu professor foi o Daniel Clymer. O cara detona, ele sempre dava um jeito de deixar a aula animada. As improvisações que ele pedia pra fazermos pra pegar fluência eram divertidas. Apesar disso ele dava lições até cansar. Ele deu mais xerox com atividades pra fazermos (umas 60) em 1 mês do que tem de páginas no livro do meu nível! Ele é ator e até já ficou alguns meses no Brasil, um cara muito gente boa que provavelmente encontraremos quando voltarmos pra lá.

Danielle precisou trocar de horário logo na primeira semana, então ela pegou 2 professores. Na primeira semana ela ficou na classe da Niki, uma professora que tava entrando na Embassy CES e segundo ela era nervosa e sem muito jogo de cintura pra uma aula com pessoas envergonhadas. Depois disso ela ficou com o Chris Bruffee até o fim do nosso curso. O Chris parece realmente ser um cara legal. Como falei em outro post, ele é geógrafo e essa foi a primeira turma dele completa na Embassy CES (parece que ele era substituto até então).

Nessa unidade da Embassy CES tem uma coisa muito, muito interessante, que eu não sabia. Inclusive fiquei morrendo de vontade de fazer. No período da manhã existem várias aulas especiais, com foco definido. É possível ter aulas de inglês voltadas pra ambientes de negócios, universidade e preparatórios pro TOEFL, IELTS, Cambridge e outras certificações. Tem até aulas especiais pra perda de sotaque! Acho que minha idéia de trabalho pro fim do meu curso na UFPR faz sentido mesmo, afinal. Em se tratando de tempo hábil pra melhorar o inglês na escola e na rua eu acredito agora que realmente 3 meses deve dar pra pegar fluência quase que tranquilamente. Só depende de você, é claro. Em 1 mês a Danielle melhorou bastante o inglês dela e apesar do meu ter mudado pouco, consegui pegar vocabulário do dia-a-dia e nossos listenings progrediram muito. Nos últimos dias nem precisava fazer força pra entender as pessoas. E olha que só ficamos 30 dias aqui, agora é até mais difícil entender o inglês de não nativos do que o de nativos :-)

A escola também possui dormitórios pros estudantes sem lugar fixo pra ficar. Conheci algumas pessoas que usaram os tais "dorms" e parece que são bons mesmo, perfeito pra quem só quer ficar entre 4 paredes pra dormir :-) se você tem alguma dúvida ou curiosidade sobre como são as aulas, dê uma olhada no site da Embassy CES. Tem uma versão em português dele e na última vez que eu olhei tinha até vídeos mostrando as unidades. A única coisa que não lembro de ter visto no site são as atividades extra-classe que o D. King (um cara gente fina que gosta de cinema) organiza pra escola. Desde viagens pra outras cidades grandes perto de NY (como Boston, Philadelphia e DC) até saídas noturnas pra bares, teatros ou musicais. Eles meio que organiza tudo informalmente nos corredores da escola e sempre tem fila de gente pra botar o nome nas listas de confirmação :-)

Embassy CES NYC: window view

O único porém da escola é justamente a sua maior qualidade: ela fica em NY. Isso é ótimo, claro, mas vira uma grande merda quando você raciocina da seguinte forma: NY é um lugar caro, playboys e patricinhas gostam de lugares caros, pessoas assim em lugares assim suckam. E nisso a escola sucka mesmo. Ouve-se e vê-se cada abobrinha nos corredores que dá até ânsia. Coisas como desfile de moda com todo mundo mostrando as coisas de marca que compraram ou reclamando que papis ou mamis precisam mandar mais dinheiro "porque preciso de mais mil dólares". Assim, soando natural. Depois de algum tempo você se acostuma e passa a ignorar isso, meio que filtra os cariocas falando assim, mas na primeira semana eu e a Danielle fazíamos competição de pérolas após nos encontramos no fim das aulas: "e aí, qual foi a merda do dia?", "hahaha, meo..." e "putz, preciso te falar essa".

Na verdade acabamos escolhendo a Embassy CES como segunda opção. Queríamos ir pro núcleo de inglês que tem na Adelphi University, mais sério e focado e tal. Só que lá as aulas tinham dias específicos do mês pra começar, e nós precisávamos de um lugar onde toda semana houvesse turmas novas. Tcham, a Embassy CES. Não por isso, mas se um dia pensar em fazer um curso de inglês em NY entre pessoas jovens (a maioria é adolescente, mas tem bastante gente velha atuando de tios nas classes) eu recomendo certamente a Embassy CES. Foi demais, nós adoramos cada dia :-)

© caio1982